terça-feira, 16 de setembro de 2008

Lírios e Rosas

 Ela recitou esta poesia de Álvaro de Campos numa festa pelo seu aniversário.  
Se  houvera escrito um poema que dissesse das coisas que lhe aqueciam  o coração, não haveria de ser muito diferente deste.  


Dá-me lírios, lírios,
e rosas também.

Mas se não tens lírios
nem rosas a dar-me,
tem vontade, ao menos,
de dar-me os lírios
e também as rosas.

Basta-me a vontade
que tens – se a tiveres –
de dar-me os lírios
e as rosas também.

  E terei os lírios
- os melhores lírios
e as melhores rosas  –
sem receber nada,
a não ser a prenda
da tua vontade
de me dares lírios
e as rosas também.

 

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