quarta-feira, 30 de julho de 2008

Oi, Maiakowski

Pois é, Maiakowski, não estamos alegres, é certo ...
mas será que, por isso, precisamos nos tornar parceiros do desalento?
Somos, por acaso, neófitos, no rugir das tempestades?
Não é certo que já aprendemos que em tudo há sempre um eterno porém?
E que a força que nos arrasta para o fundo é, quase sempre, a mesma que nos traz de volta à superfície?

Sigamos, pois, em frente,
com os olhos desnudando a paisagem ...
o coração pulsando forte ...
o sangue entumescendo a vontade ...
os pés deixando rastros firmes na areia ...
a voz reafirmando, sem farsas, o homem que somos...

Que venham as tempestades...!
Haveremos de rompê-las ao meio,
como a quilha de um navio rompe as ondas.


- Alvaro Rodrigues (julho/2008)



O Povo Eleito


Foi em junho de 1976 que a editora de "Planeta" no Brasil publicou uma obra que, a princípio, parecia distoar de sua linha editorial.

A obra era "O Povo Eleito", editada originalmente na Inglaterra, em 1971, sob o título "The Chose People". Seu autor: John Allegro, um pesquisador inglês, com formação em arqueologia e antropologia, poliglota inclusive em idiomas antigos, cuja reconhecidas competência e dedicação, sobretudo nos estudos ligados à então chamada "Arqueologia Bíblica", o fizeram ser indicado como um dos representantes britânicos na Força-Tarefa internacional criada para decifrar os Manuscritos do Mar Morto.

Foi no decurso daquele trabalho que Allegro começou a perder sua respeitabilidade acadêmica, tanto devido a algumas atitudes polêmicas, que alguns consideraram pouco éticas mas, principalmente, por ter sofrido uma espécie de transformação radical em seus conceitos religiosos e históricos.

De cristão convicto, ligado a instituições religiosas inglesas, Allegro passou a proclamar que o Cristianismo era uma grande farsa, que Jesus não passara um rebelde zelota aspirante ao trono judeu, e que toda a Bíblia fora escrita num código secreto, que escondia o uso e o culto de uma substância alucigenógena (a "Amanita Muscária"), obtida a partir de um cogumelo de formato fálico.

O resultado dessa descoberta foi o lançamento do livro "The Sacred Mushroom and the Cross", onde ele afirma que Yahweh era uma divindade filologicamente referida ao Zeus indo-europeu, cujo nome comum, de origem sumeriana, significa "spermatozoa" - a seiva sagrada da vida criada.

À semelhante conclusão chegara e semelhante reação tivera um respeitável esoterista francês, Robert Ambelain, ligado à tradição martinista, que após igual surto de desencanto cristão, escreveu várias obras sobre Jesus, Paulo de Tarso e outros personagens bíblicos, todas absolutamente heterodoxas, e que chegaram a causar um certo furor nos círculos intelectuais europeus.

"O Povo Eleito" de Allegro é Flávio Josefo reescrito, e seu autor compartilha a mesma postura ideológica reacionária do historiador judeu, criticando asperamente a conduta dos Zelotas e de todos os que lutavam contra o status quo vigente na Judéia do século I. Para Allegro, como para Josefo, os zelotas não passavam de bandidos.

Mas ler esse livro de Allegro é bem melhor do que ler Josefo. Seu estilo é muito mais agradável e, se desprezarmos certas afirmações alucinadas do escritor e seu mal disfarçado anti-semitismo, é possivel revisitar o mundo judeu daquele tempo, como se estivéssemos assistindo a um filme.
(Alvaro Rodrigues - Redação original: 2006 - Versão atual: 2008)

Devas da Música


Salve, Devas da Música!
Vinde em nosso auxílio.
Cantai-nos Vossas canções de alegria,
enchei-nos de Vossa Harmonia.
Despertai-nos, para que escutemos Vossa voz.
Afinai nossos ouvidos para Vosso canto.
Animai nossa música terrena com Vossa Luz.
Participai conosco dos trabalhos da Terra,
para que os homens ouçam as melodias que cantais,
além dos reinos do espaço e do tempo!

O Belo e o Bom


O Amor é belo ...
(cantam os poetas, proclamam os enamorados).
Certamente, ele o é.
Mas, além de belo, tem que ser bom.

Para ser belo, o Amor basta-se a si mesmo.
Para ser bom, precisa da ajuda de outros.
Precisa da Amizade e da Lealdade,
do Companheirismo e da Cumplicidade,
do Querer-Bem e do Tratar-Bem.

O Amor é belo, certamente.
Mas, além de belo, tem que ser bom.
Se não for bom, deixa de ser belo.
E, ao deixar de ser belo, deixa de ser Amor.

À sombra de Moisés
















A saga de Moisés, o profeta que teria arrancado seu povo da escravidão no Egito e fundado a nação de Israel, não tem consistência histórica, haja vista as pesquisas arqueológicas mais recentes. Ele seria, então, um personagem fictício ou tão alterado pelas lendas construídas em torno de seu nome, que hoje é quase impossivel separá-las de seu conteúdo histórico original.

Mas ainda que a maioria dos pesquisadores concorde que Israel foi um produto nativo da Palestina, não está descartada a hipótese de que pelo menos uma fração desse povo tivesse um "passado egípcio", muito provavelmente ligado à história dos "hicsos" - denominação aplicada a um amálgama de povos semitas que invadiu e dominou, por mais de meio século, a região do delta do Nilo.

Se houve um "êxodo", ele decorreu de motivos inversos ao que encontramos registrado na Bíblia: em lugar de um fuga heróica, consumada à revelia das autoridades egípicias, o que aconteceu foi a expulsão dos invasores semitas, promovida pelos reis tebanos que restauraram a autoridade faraônica sobre todo o país.

O domínio hicso ajudaria a explicar a meteórica ascenção do semita José a um alto cargo na burocracia do Egito. O problema é que não há nenhuma menção a ele em documentos egípcios ou de outros reinos do Oriente Médio nessa época. Sendo - como a Bíblia diz que foi - um poderoso Grão-Vizir, certamente seu nome haveria de ser citado e registrado dentro e fora do país.


Em tendo havido um "êxodo", ele se deu antes de 1200 aC, pois nessa data sabemos que já havia uma nação israelita estabelecida na Palestina. E sabemos disso por força de uma inscrição hieroglífica, onde o faraó Merneptah se jacta de suas vitórias naquela região. Em certo trecho, diz a inscrição: "Israel está destruído, sua semente não existe mais".

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Vinicius, o Vini

Meu curtíssimo tempo de permanência como editor identificado da Wikipedia lusófona, não me deu a oportunidade de conhecer muitas pessoas. E das poucas com que me deparei, apenas de uma eu viria a receber, desde o primeiro contato, um tratamento respeitoso, generoso e gentil, capaz de se converter em um relacionamento com recheio de amizade.

Vinicius, ou simplesmente Vini, é pouco mais que um menino porém, em vários aspectos, ostenta, além da inteligência, uma maturidade que contrasta com sua tenra idade. Fruto de uma geração que mamou tecnologia junto com o leite materno, ele se move com desenvoltura pelos labirintos da informática e da internáutica, manipulando ferramentas sutís e absorvendo conhecimento especializado, que não se nega a repassar aos que a ele recorrem.

Mas o que mais me cativou em sua pessoa foram os traços macios de seu caráter e a ausência de arrogância com que, normalmente, os "nerds" como ele costumam se exibir, amplificando, para parecer muito, o pouco que realmente sabem.

Vini não tem um espírito guerreiro e, justamente por isso, tornou-se ainda mais valiosa, aos meus olhos, sua disposição de não me deixar só, quando me defrontrei com algumas hienas daquela enciclopédia, disposição que somente refluiu a pedido meu, haja vista que, a essa altura, eu já decidira me desligar daquele meio.

Meu afastamento da Wikipedia tornou nosso relacionamento menos próximo e freqüente, até por força de termos poucos interesses em comum.Todavia, qualquer que venha a ser o futuro desse relacionamento, jamais esquecerei o débito de gratidão que tenho para com ele, nem jamais me furtarei a reconhecê-lo publicamente, como o faço agora neste meu blog.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Homens Maduros

O texto a seguir me foi mandado por uma amiga especial (M.N.A.M.), para ser publicado neste Blog. Sei que muitos dirão que, ao publicá-lo, eu "puxei brasa pra minha sardinha", uma vez que me enquadro na categoria dos "homens maduros". Mas justamente por isso, não pude deixar de fazê-lo. Afinal, um cavalheiro não se nega a atender ao singelo pedido de uma dama.

Há uma indisfarçável e sedutora beleza na personalidade de muitos Homens que hoje estão na idade madura.
É claro que toda regra tem as suas exceções, e cada idade tem o seu próprio valor. Porém, com toda a consideração e respeito às demais idades, destacarei aqui uma classe de Homens que são companhias agradabilíssimas: os que hoje são cinquentões e sessentões.

Percebe-se, com uma certa facilidade, a sensibilidade de seus corações, e a devoção que eles têm pelo que há de mais belo na relação humana: o SENTIMENTO

Eles são mais inteligentes, vividos, charmosos, eloqüentes, cativantes, e possuem uma visão aguçada sobre os valores da vida. Em termos de relacionamentos, trocam a quantidade pela qualidade. Sabem tratar uma mulher com respeito e carinho.

São Homens especiais, românticos, interessantes e atraentes pelo que possuem na sua forma de ser, de pensar, e de viver. Na forma de encarar a vida, são mais poéticos, mais sentimentais, mais emocionais e mais emocionantes. Têm maior desenvoltura no trato com as mulheres, sabem reconhecer as suas qualidades, são mais espirituosos, discretos, e mais educados.

A razão pela qual muitos Homens maduros possuem estas qualidades deve-se a vários fatores: a opção de ser e de viver de cada um, suas personalidades, formação própria e familiar, suas raízes, sabedoria, gostos individuais, etc...

Mas eu creio que em parte, há uma boa parcela de influência nos modos de viver de uma época, filmes e músicas ouvidas e curtidas deixaram boas recordações da sua juventude, um tempo não tão remoto, mas que com certeza, não volta mais.

Viveram a sua mocidade (época que marca a vida de todos nós) em um dos melhores períodos do nosso tempo: Os anos 60/70, considerados as "décadas de ouro" da juventude, quando o romantismo e o idealismo foram vividos e cantados em verso e prosa.


Uma época de tantos acontecimentos importantes, que mudaram a vida de muitos.
Uma época em que o melhor da festa era dançar agarradinho e namorar ao ritmo suave das baladas românticas ou sob um luar inspirador.
Uma época em que o namoro passava primeiro pela sala, antes de chegar à alcova (se chegasse), exatamente o oposto dos tempos atuais.
Uma época em que a intimidade era uma jornada progressiva de pequenas e grandes descobertas do corpo do outro, vividas, cada uma, deliciosa e intensamente.

Homens hoje maduros foram os que mais souberam namorar: namoro no portão, aperto de mão, abraços apertadinhos, olhos nos olhos, palavras de amor.
A moda era amar ou sofrer de amor.
Muitos viveram de amor... outros morreram de amor...

Estes Homens maduros, nunca foram Homens de FICAR

A juventude passou, mas deixou "gravado" neles, a forma mais sublime e romântica de viver. Hoje eles possuem uma "bagagem" de conhecimentos, experiências, maturidade e inteligência que foram acumulando com o passar dos anos. O tempo se encarregou de distingui-los dos demais, deixando-lhes os cabelos cor-de-prata, os movimentos mais lentos e suaves, a voz mais pausada, porém mais sonora, convicta e sincera.

Muitos deles hoje "dominam" essas máquinas virtuais, comprovando que nem o avanço da tecnologia lhes esfriou os sentimentos, pois ainda se encantam com versos, rimas, músicas e palavras apaixonadas; nem lhes diminuiu a grande capacidade de amar, de sentir e de expressar seus sentimentos. Muitos se tornaram poetas, outros amam a poesia.

Embora com a idade denunciada nos detalhes de suas fisionomias, seus corações permanecem jovens ... bem mais jovens do que muitos que, hoje, estão em idade jovem.

São Homens maduros que nós, mulheres de hoje, temos o privilégio de poder ADMIRAR e AMAR! (Lisiê Silva)


sábado, 12 de julho de 2008

Virgindade Masculina

Falar de virgindade masculina é muito complicado, pois para a sociedade e para os homens a virgindade não existe, não é um problema, é circunstância.

Quando o menino entra na puberdade, os pais já esperam que, com o tempo e quase que por osmose, o menino avance o sinal progressivamente com suas "ficantes" ou namoradinhas ou, ao entrar na adolescência, seu pai ou mais comum, o amigo safado, se encarregue de levá-lo para alguma prostituta possa iniciá-lo.

É sabido que hoje em dia as prostitutas estão em desuso neste papel de "professoras do sexo" nos grandes centros. O que se faz, então, é transar com a colega de classe que já passou pela mão de vários amigos e se presta a esta função com prazer e de graça ou com a namoradinha virgem que precisa se livrar do hímen, custe o que custar.

Seja como for, a iniciação sexual é tão difícil para os meninos como para as meninas e é um tabu para ambos. A partir da adolescência, ou mesmo no final da puberdade, a virgindade. em nossos tempos, passou a ser vista como uma “doença” que deve ser eliminada. É motivo de gozação, de discriminação e até suspeita de homossexualidade, pois quem não transa tem problemas sérios de cabeça ou é doente mesmo.

O único problema que um menino pode apresentar nesta fase de desenvolvimento é imaturidade emocional e isso não é nem doença: é o esperado para sua idade.

Antes mesmo da primeira relação sexual, sexo, transa, masturbação, tamanho do pênis, revistas e filmes eróticos são os assuntos preferidos pelos grupos de meninos e é nesse momento que um ou outro integrante do grupo pode se sentir acuado pela inexperiência e viabilizar sua iniciação de qualquer jeito, sem qualquer condição emocional para isso.

A maioria dos meninos inicia sua vida sexual forçado pela família, que vive perguntando se ele já transou, ou pelo grupo a que pertence. Instruído pelo filme pornográfico (grande professor da gurizada), o menino inicia sua empreitada com fé e coragem para repetir com as meninas o que faz no banheiro quase todos os dias com a revista erótica na mão.

Este início é difícil para todos, mas poucos admitem que sentem medo, muito medo de falhar. Falhar para um menino é não ter ereção, pois não existe neste momento qualquer preocupação com a parceira e sim se seu pênis vai corresponder a sua expectativa ou não. Não que a parceira não seja importante, mas é tão difícil este começo que não dá para se preocupar com tudo, ou seja, cada um com seus problemas...
Penetrar e ejacular numa vagina de verdade é que faz toda a diferença e, neste momento, o que está em jogo é se o menino vai conseguir ou não.

Se a empreitada foi um sucesso, ele se sente um vitorioso, independente do outro e de ter quase morrido de angústia e tensão, de se sentir desajeitado e meio estranho, mas, se a experiência não deu certo, o menino está jogado a sua própria sorte e aí a coisa se complica.

Para a maioria dos jovens o início sexual é muito ruim. Não sentir prazer para as meninas e não ter ereção para os meninos é o que mais perturba o iniciante e o que mais acontece. A menina ainda pode fingir que foi legal para não perder o amigo ou namoradinho da vez, mas o menino não tem como enganar.

Como o menino transa para se auto-afirmar e não para dar prazer à namorada, o que mais o preocupa nem é tanto o fato de seu pênis ter falhado na hora H, o que ele pode até entender, é os outros ficarem sabendo e ele virar motivo de chacota dos amigos, da mocinha insatisfeita e de suas amigas.

O que acabamos percebendo é que adolescentes imaturos e sem apoio da família têm muito mais chance de se precipitarem quanto à iniciação sexual do que aqueles que se sentem à vontade para discutir o assunto com seus pais. E isso não quer dizer que os pais legais são aqueles que deixam os filhos adolescentes transarem dentro de casa e tudo bem, pois esses pais não são legais, são apenas pais que deixam seus filhos transarem dentro de casa.

Pais legais são os que dão abertura para os filhos esporem suas opiniões e tirarem suas dúvidas, o que vai garantir uma iniciação mais ponderada e compatível com sua maturidade emocional.

Sexo é muito bom, mas feito de qualquer jeito e a qualquer preço não presta.
(Este texto foi por mim recolhido em algum momento, em algum lugar da Net, sem indicação de autoria)

E la nave va

A Pioneer 10 figura entre as missões mais históricas e ricas em prospecção científica jamais empreendidas.

Ela partiu da Terra no dia 2 de março de 1972, montada em um foguete Atlas-Centaur de três módulos (a máquina mais veloz fabricada pelo homem até então), em busca de seres de outros mundos para entregar a eles uma mensagem do Homem. Além dos instrumentos com os quais transmitiu informação sobre os planetas de nosso sistema, levava consigo uma placa de ouro que exibe o nossa aparência e a localização de nosso minúsculo planeta.

Em 15 de julho de 1972, a "Pioneer 10" ingressou no cinturão de asteróides, uma zona de mais de 288 milhões km de largura e mais de 80 milhões km de espessura, e de lá foi para Júpiter, transmitindo imagens em primeiro plano do maior planeta de nosso sistema, em 3 de dezembro de 1973. Também enviou informação sobre seus cinturões de radiação, localizou seus campos magnéticos e descobriu que esse planeta é gasoso.

Após passar além da órbita do "ex-planeta" Plutão, a nave saiu de nosso sistema solar e explorou os extramuros do Sistema, mandando informações sobre o vento do Sol e os raios cósmicos que invadem a parte da Via Láctea onde se encontra a Terra.

O último contato de rádio com o Centro Glenn de Pesquisa da Nasa (que monitorava a missão) ocorreu em 23 de janeiro de 2003, quando se esgotou a fonte radioisotópica de energia da nave. Na ocasião, a Pioneer 10 se encontrava a 12.160 bilhões de quilômetros da Terra.

Se ainda não foi destruída, ela continua se deslocando em direção ao seu destino final: à estrela vermelha Aldebarã, no centro da constelação de Touro, onde deverá chegar dentro de ... dois milhões de anos.

Façamos, então, um exercício especulativo: se dentro de um ou dois milhões de anos, a Pioneer 10 ainda estiver navegando e for capturada por seres inteligentes, e eles, então, através daquela placa de ouro, souberem de nossa existência, nós e o nosso planeta ainda existiremos?
Possivelvelmente não.

Os números astronômicos (em todos os sentidos do termo) exibidos acima, no mínimo devem nos fazer refletir sobre nossa insignificância cósmica e sobre a mediocridade temporal de nossa existência terrena.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O TOQUE

Foi um toque da mão dela que o despertou, fazendo-o sentir a pulsação da fêmea emergente.
Espanto, choque talvez. Como era possivel que aquilo estivesse acontecendo?
Ele ainda tentou ver naquele corpo esguio, a criança que ela um dia fora. Inutil. Jamais voltaria a olhá-la como outrora.

A inocência se perdera.

Não lhe era uma experiência inusitada. Antes dela, outras moças tão jovens já se haviam aninhado em seus braços.Mas ela era diferente, especial, algo que chegou de surpresa, num tempo em que ele, mais do que o agreste encontro de corpos despidos, buscava o amplexo macio de duas almas nuas.

Assim, ele se permitiu sonhar, como há muito tempo não fazia, querendo que o amor fluisse livre, sem farsas, para que a luz encantasse os dias, com prazeres divinais e instantes infinitos. Por isso, mesmo quando a realidade se afirmou sobre o sonho, tornando-o inviável, ainda reteve nos lábios o sabor do primeiro beijo que colheu dos seus.

No último por-do-sol que vivenciaram juntos, ele a puxou para si, envolveu-a em seus braços e abraçou-a com força, como se pudesse guardá-la toda dentro do seu peito. Mas sabia que não era possivel. Uma parte dela se manteria sempre fora, hóspede de lugares e condutas que lhe eram estranhas.

Então, contendo a tristeza que lhe abrazava os olhos, ele desfez o derradeiro amplexo que a mantinha cativa, e liberou-a de seus laços.
Por algum tempo, ainda vislumbrou a figura morena que se distanciava lentamente.
Até que a noite escura a envolveu, e ela se tornou passado.

MD (I)










Tornar-me Administrador de uma Lista como "Mundo em Debate" (MD), ofereceu-me a oportunidade de por em prática o que antes eu sustentava em discurso.
E fico feliz em constatar, pelos resultados colhidos, a consistência do que antes defendia e ainda defendo.
Respeito e consideração aos membros do Grupo, são as palavras-chaves do processo, o eixo de conduta sobre o qual se assenta o modelo de gestão implantado.
Um modelo exatamente oposto ao que vivenciei em outro ambiente virtual (a Wikipedia), onde não consegui ficar além de alguns pouquíssimos meses.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Olhando nos olhos da vida

O tempo passou depressa. Tempo de viver, tempo de ser.
Muita coisa ficou pra trás ... e continua ficando.
Melhor seria que assim não fosse, mas o é ... que hei de fazer? O mar da minha história é agitado, feito de conquistas e naufrágios.
Talvez eu queira encontrar a mais justa adequação, tudo métrica e rima e nunca dor... Mas a vida é real e sempre se impõe, a me dizer, a me mostrar, o que eu, talvez, não queira ver.
Gosto de olhar nos olhos da vida, mas nem sempre vejo o que me dizem. Então ... azar o meu. Eu que aprenda a ver melhor, da próxima vez.

Não quero muito. Só quero o que é meu.
Mas se é meu, quero muito. Mais que muito, quero tudo. Senão, não quero nada ... abro mão, e ponho os pés na estrada, sem olhar pra trás.