Eu tenho (tinha) um amigo de quem, no passado, estive muito perto. As sinuosas e tortuosas estradas da vida tornaram nossos contatos pessoais cada vez menos freqüentes. Mas quando aconteciam, era sempre extremamente gratificantes.
Nestes últimos três anos, planejei, várias vezes, revê-lo. Mas uma coisa aqui, outra coisa ali, foram transferindo a visita para amanhã. Um amanhã sempre adiado. Um amanhã que nunca chegou.
Ontem, afinal, eu fui à sua casa. Apenas para ser finformado de que ele falecera, alguns meses antes. E eu nem soube.
Agora, fico entregue aos meus pensamentos soturnos, e me dou conta que, ao longo de todos esses anos, eu jamais lhe disse o quanto gostava dele, o quanto a sua amizade era importante para mim, ainda que acredito ter demonstrado isso com minhas atitudes.
Por que será que temos tanta reserva (ou acanhamento) em expressar, com palavras, o que sentimos, preferindo fazê-lo através de gestos?
Não basta a certeza de sermos amados. Gostamos, queremos e precisamos ouvir que o somos. E se gostamos, queremos e precisamos, o outro também gosta, quer e precisa.
Quando adiamos para um amanhã indefinido o que poderíamos fazer hoje, arriscamo-nos a descobrir que esse amanhã não existe mais. E então, ficaremos com o gosto amargo do arrependimento pelo que deixamos de fazer.
O ontem e o amanhã não nos pertencem. Temos apenas o dia de hoje.
Logo, é hoje que devemos dizer o que queremos e precisamos dizer. É hoje que devemos expressar com palavras aquilo que nosso coração sente.
É hoje que devemos dizer: Eu amo você!.
Carpe diem.
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