sábado, 12 de julho de 2008

E la nave va

A Pioneer 10 figura entre as missões mais históricas e ricas em prospecção científica jamais empreendidas.

Ela partiu da Terra no dia 2 de março de 1972, montada em um foguete Atlas-Centaur de três módulos (a máquina mais veloz fabricada pelo homem até então), em busca de seres de outros mundos para entregar a eles uma mensagem do Homem. Além dos instrumentos com os quais transmitiu informação sobre os planetas de nosso sistema, levava consigo uma placa de ouro que exibe o nossa aparência e a localização de nosso minúsculo planeta.

Em 15 de julho de 1972, a "Pioneer 10" ingressou no cinturão de asteróides, uma zona de mais de 288 milhões km de largura e mais de 80 milhões km de espessura, e de lá foi para Júpiter, transmitindo imagens em primeiro plano do maior planeta de nosso sistema, em 3 de dezembro de 1973. Também enviou informação sobre seus cinturões de radiação, localizou seus campos magnéticos e descobriu que esse planeta é gasoso.

Após passar além da órbita do "ex-planeta" Plutão, a nave saiu de nosso sistema solar e explorou os extramuros do Sistema, mandando informações sobre o vento do Sol e os raios cósmicos que invadem a parte da Via Láctea onde se encontra a Terra.

O último contato de rádio com o Centro Glenn de Pesquisa da Nasa (que monitorava a missão) ocorreu em 23 de janeiro de 2003, quando se esgotou a fonte radioisotópica de energia da nave. Na ocasião, a Pioneer 10 se encontrava a 12.160 bilhões de quilômetros da Terra.

Se ainda não foi destruída, ela continua se deslocando em direção ao seu destino final: à estrela vermelha Aldebarã, no centro da constelação de Touro, onde deverá chegar dentro de ... dois milhões de anos.

Façamos, então, um exercício especulativo: se dentro de um ou dois milhões de anos, a Pioneer 10 ainda estiver navegando e for capturada por seres inteligentes, e eles, então, através daquela placa de ouro, souberem de nossa existência, nós e o nosso planeta ainda existiremos?
Possivelvelmente não.

Os números astronômicos (em todos os sentidos do termo) exibidos acima, no mínimo devem nos fazer refletir sobre nossa insignificância cósmica e sobre a mediocridade temporal de nossa existência terrena.

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