Quando meu olhar cruzou com o teu,
clareando a manhã, em meu coração,
senti vontade de saltar do ônibus
que já se afastava daquela estação.
Mas não saltei. Deixei-me ali ficar,
te olhando pelo vidro da janela,
vendo tua imagem se tornar distante
e, quanto mais distante, mais bela.
O resto da viagem foi assim:
Um lembrar solitário de ti...
Um namoro com a saudade, em mim.
Saudade das mãos, que não senti
dos cabelos, que não afaguei
do corpo, que não conheci
dos lábios, que não beijei.
Ah, estivemos tão perto
mas não nos encontramos.
E agora não mais saberemos
o que somos, pra onde vamos
Fico eu aqui, viajante,
os olhos fechados,
sonhando contigo.
Ficas tu, já distante,
talvez, na estação,
a sonhar comigo.
(alvaro/ago.2008)
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