sábado, 27 de novembro de 2010

Maiakovski


E ENTÃO, QUE QUEREIS?
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhe as pálpebras piscantes.
E logo, de cada fronteira distante,
subiu um cheiro de pólvora,
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos 20 anos,
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres, é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da História é agitado.
As ameaças e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio, cortando-as
como uma quilha corta as ondas.