Com 60% dos votos, Evo Morales venceu o referendo de 10 de agosto, que lhe garantiu a continuação de seu mandato presidencial.
O apoio a Morales veio, principalmente, dos Departamentos (o equivalente aos nossos Estados) localizados nas terras altas do país, onde vive a população mais pobre de toda a América do Sul. Mas o Referendo também confirmou em seus cargos os governadores dos Departamentos mais ricos, localizados a leste e ao sul, onde se concentra a oposição ao governo Morales.
Aparentemente, o Referendo não alterou o equilíbrio de forças que se digladiam na Bolívia, porém o jornalista Clóvis Rossi, em sua coluna na "Folha de São Paulo", chama a atenção para o detalhe que Evo Morales obteve cerca de 10 pontos percentuais acima do que conquistou na eleição presidencial de 2005. Isso significa que, atualmente, há mais bolivianos que o aprovam do que havia quando ele se candidatou à presidência.
Com a vitória no Referendo, ele ganha, no mínimo, o direito de cobrar da oposição o comportamento democrático que ela reclama, especialmente de seu mais forte adversário, o governador de Santa Cruz de la Sierra, Rubéns Costa, que passou a maior parte da camanha plebiscitária chamando Morales de "macaco", numa alusão racista à origem indígena e humilde do supremo mandatário do país.
Como diz Clóvis, se Evo Morales é macaco, a maioria da população boliviana também o é. E, numa democracia, maioria ganha eleição.
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